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O silêncio dos acusadores Para defender-se, Crivella primeiro precisa saber o que seus perseguidores têm a dizer

  Na noite de 22 de dezembro de 2020, ao optar pela prisão domiciliar, o Superior Tribunal de Justiça mostrou que Marcelo Crivella sofrera u...

 


Na noite de 22 de dezembro de 2020, ao optar pela prisão domiciliar, o Superior Tribunal de Justiça mostrou que Marcelo Crivella sofrera uma violência injustificável no começo da manhã. A nove dias do fim do mandato, o prefeito do Rio foi preso espetaculosamente e transferido para a Cidade da Polícia. A desembargadora que responsável pela ação alegou que seu alvo havia chefiado durante quatro anos um esquema criminoso infiltrado na prefeitura carioca. Sem exibir quaisquer provas que incriminassem efetivamente o acusado.

Nesta sexta-feira, ao anular a prisão domiciliar de Crivella, o Supremo Tribunal Federal mostrou que foi igualmente injusto impor ao ex-senador, ex-ministro e ex-prefeito, por 50 dias, o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de receber visitas, com exceção das feitas pelo advogado. Nesses quase dois meses, os acusadores não explicitaram o que Crivella teria feito de errado. Em contrapartida, declarações de rendas e bens atestaram que o patrimônio do réu continua do mesmo tamanho que tinha quando passou a despachar no Palácio Guanabara.

O desfecho do caso deverá mostrar que são no mínimo dispensáveis as três restrições ainda em vigor. Crivella precisa comparecer periodicamente a um tribunal para contar ao juiz o que fez nas semanas anteriores. Teve o passaporte confiscado para não deixar o país. E está proibido de manter contatos com os demais investigados. Tais precauções só não são excessivas quando acompanhadas de justificativas robustas. 

Agora liberado para conceder entrevistas, o ex-prefeito ao menos poderá defender-se das acusações. Mas para isso é preciso que os acusadores revelem do que é exatamente acusado. E, claro, apresentem provas que sustentem o que disserem.





Fonte: R7