Militares do Exército hesitaram em conter bolsonaristas extremistas no Palácio do Planalto e precisaram receber ordens e munição da Políci...
Militares do Exército hesitaram em conter bolsonaristas extremistas no Palácio do Planalto e precisaram receber ordens e munição da Polícia Militar (PM) do DF durante os atos terroristas no domingo (8/1). Um vídeo obtido pela coluna mostra que um comandante da PM deu dez ordens em 40 segundos ao Batalhão da Guarda Presidencial, do Exército. “Comanda a tua tropa, porra!”, berrou para o chefe da tropa militar, que se mostrou apático.
“Bora, Exército, faz a linha, porra, fecha a linha aí!”, gritou o comandante da tropa de choque da PM. Naquele momento, PMs e homens do Exército estavam na entrada do Planalto, no térreo, tentando evitar a entrada dos golpistas. Com escudo do Exército e fardados, os militares do Batalhão da Guarda Presidencial não conseguiam formar uma linha e atirar. Um militar não foi capaz de atirar e reclamou da arma que portava.
Em 40 segundos, o comandante da tropa da PM deu dez ordens para os militares do Exército. Entre eles: “Comanda a tua tropa, porra!”, “Comando, fecha a linha, porra, dá ordem aí, caramba!”, “Para de frouxura, caralho!” e “Atira, porra!”.
Em outro momento, na rua em frente ao Planalto, os militares aparecem pegando munição cedida pela PM do Distrito Federal. “Passa a munição para o Exército aí”, disse o chefe da tropa da PM. “Controla a munição, hein? Mas é pra atirar, pô. Pode largar o dedo, não tem medo não, pode botar pra foder”, acrescentou, voltando a ordenar que o Exército reagisse adequadamente à invasão do Palácio do Planalto.
Além do Exército, militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram enquadrados pela PM no Palácio do Planalto. Como a coluna mostrou nesta terça-feira (10/1), militares do GSI queriam deixar os golpistas que saquearam o Planalto saírem pelo térreo. Segundo um servidor, os extremistas só não conseguiram fugir porque a PM não permitiu.
Um coronel do Exército tentou impedir a prisão de criminosos no Planalto. Em um vídeo, o militar aparece sendo confrontado pela PM: “Você está doido? Está todo mundo preso”.