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Mortes por febre maculosa: cerca de 40 pessoas do DF participaram de feijoada em Campinas

Sivonete Santos tem 52 anos e mora em Águas Claras, no Distrito Federal. Desde 2018 ela e o marido, Antônio, participam da "Feijoada do...

Sivonete Santos tem 52 anos e mora em Águas Claras, no Distrito Federal. Desde 2018 ela e o marido, Antônio, participam da "Feijoada do Rosa", no interior de Campinas (SP), onde três pessoas contraíram febre maculosa e morreram.

Uma adolescente também morreu. Até a publicação desta reportagem o caso estava sendo analisado e era considerado suspeito para febre maculosa.

Nesta quarta-feira (14), 19 dias após do evento, Sivonete conversou com o g1 e contou que se sente aliviada por ter passado o período de incubação da doença - que é de 14 dias – e ela e o marido não terem apresentado nenhum sintoma.

Ao todo, cerca de 40 pessoas de Brasília viajaram para o evento que ocorreu no sábado, 27 de maio. A gerente administrativo conta que não soube de ninguém do grupo do DF que tenha apresentado sinais da febre maculosa.

Mas se mostra indignada por ser um evento caro e não haver qualquer informação sobre se tratar de uma área de risco. O casal gastou cerca de R$ 2,4 mil para participar da feijoada.

Eles viajaram de Brasília para São Paulo no sábado e chegaram na fazenda meia hora antes do início do evento. No local, havia piscina, DJ e vários espaços ao ar livre.

Sivonete conta que não viu nenhuma capivara, um dos animais hospedeiros do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa, no local. No entanto, a prefeitura de Campinas disse que iria multar os proprietários da fazenda e as festas no local foram canceladas.

"A gente vai dar um auto de infração porque os organizadores dos eventos têm de colocar placas nos lugares da fazenda. Quando eles venderem ingressos para eventos, eles precisam colocar o alerta que tem esse risco. Se a pessoa tiver febre nos próximos 15 dias elas tem que contar para o médico", disse a prefeitura ao g1 na terça-feira (13).

No Distrito Federal, segundo a Secretaria de Saúde, não há casos da doença registrados em 2023. O último caso ocorreu em 2019.



Febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.

No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, em áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba (SP) são, atualmente, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença.

Campinas registra em 2023 cinco contaminações por febre maculosa na cidade. As cinco pessoas morreram, sendo que duas moravam na metrópole. Já Mariana era da capital paulista, Douglas era de Jundiaí (SP) e Evelyn era de Hortolândia (SP).

Quais são os sintomas da febre maculosa?

Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:

Febre
Dor de cabeça intensa
Náuseas e vômitos
Diarreia e dor abdominal
Dor muscular constante
Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
Gangrena nos dedos e orelhas
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória.


Fonte: G1