Isabela fez o implante coclear há três semanas e compartilha detalhes sobre o processo de educação auditiva; surpreendendo alguns seguidor...
Isabela fez o implante coclear há três semanas e compartilha detalhes sobre o processo de educação auditiva; surpreendendo alguns seguidores, ela não conseguiu gostar de recomendações populares como Pink Floyd
Logo no começo, ela explica que já nasceu com a perda severa de audição, o que faz com que sua familiaridade com o ato de ouvir coisas seja muito próxima à de um bebê recém-nascido. Na postagem, a moça também brinca com o fato de o registro da primeira vez em que ouviu uma música ser, digamos, diferente de outros virais de pessoas surdas.
“Alguns de vocês já viram surdos ouvirem pela 1ª vez e geralmente são vídeos bonitinhos dando a ideia de que pros surdos ouvir som pela primeira vez é algo incrível para eles. Minha reação tosca mostra a realidade”, escreveu. No vídeo que acompanha esta legenda Isabela dá um pulinho na cadeira e faz careta assim que o som é liberado no fone de ouvido. A pessoa do outro lado da câmera pergunta “muito alto?” e ela acena que sim.
Esse é um dos pontos que ela usa para contar porque não pode fazer os famosos vídeos de react, categoria popular no YouTube e outras plataformas em que alguém reage ao conteúdo em frente às câmeras. Mas, o mais surpreendente, é que ela foi listando as músicas que ouviu, de acordo com as sugestões dos seguidores, e conseguiu entender o que a agrada ou não até agora.
Começando por músicas clássicas, as músicas não fizeram muito sucesso. “Se for para ouvir música (erudita) que tenha violoncelo e etc”, comenta listando uma das poucas que agradaram. O vídeo é de um músico interpretando o prelúdio de uma das famosas suítes de Bach.
Em seguida, a maior surpresa para os seguidores. “Sinto decepcionar alguns de vocês, mas Pink Floyd NÃO DÁ”, a jovem avisou. Para ela, um dos problemas é o excesso de sibilância — chiado agudo, semelhante a um assobio — nas composições. Foi a mesma impressão em uma das mais famosas do Queen, Bohemian Rapisod.
Dentre as indicações que a moça gostou, estão David Boe, Michel Jackson e alguns hits country. Além, é claro, do brasileiríssimo pagode. “Deu vontade de dançar e beber”, comentou.
No fim, Isabela contou que pediu ajuda a um amigo musicista para entender melhor o padrão de músicas que a agradaram ou não. Ele explicou que a maioria dos singles que tiveram uma reação negativa têm o que comumente se conhece como “som sujo”. Guitarras distorcidas são um exemplo. “Talvez seu cérebro interprete esse ruído de uma maneira muito incômoda”, arriscou.
Isabela frisou que a explicação a ajudou a entender que, no futuro, ela possa começar a gostar sons que não foram muito agradáveis agora. Muitos seguidores se juntaram à garota para explicar como o fenômeno de educação do ouvido acontece. “O apego sentimental, cultural e histórico que você tem com as músicas ela vai construir com o tempo. E, do mesmo jeito que aprendemos a ler, ela está aprendendo a escutar”, resumiu uma das contas.
Até o meio dia desta quinta-feira (3/3), a publicação já tinha alcançado mais de 20 mil curtidas e cerca de mil comentários, a maioria felicitando Isabela e agradecendo a ideia que ela teve de compartilhar sua experiência como uma nova ouvinte.
FONTE: CB